O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria nesta sexta-feira (6) para negar o pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado no Brasil, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. A defesa do ex-presidente alegou que Moraes deveria ser impedido de analisar o caso por suposto interesse pessoal, mas a maioria dos ministros do STF considerou que o pedido não se sustenta. A votação, que ocorreu no plenário virtual, segue até o dia 13, e até o momento, seis ministros votaram contra o recurso.
O julgamento em questão está relacionado a um inquérito que investiga a tentativa de impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, após as eleições de 2022. Bolsonaro e outras 36 pessoas foram indiciadas por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa. A Polícia Federal concluiu a investigação e encaminhou o relatório à Procuradoria-Geral da República, que deve decidir se formaliza uma denúncia. O caso envolve, além de Bolsonaro, figuras políticas e militares de destaque.
O pedido de afastamento de Moraes havia sido feito com base na alegação de que o ministro seria vítima de um possível golpe, o que, segundo o relator Luís Roberto Barroso, não justifica o seu impedimento. Barroso explicou que os crimes em investigação afetam a coletividade e não podem ser considerados uma ofensa pessoal a Moraes. O inquérito continua em andamento, e os envolvidos seguem sob investigação, com a PGR aguardando mais diligências ou decidindo pela denúncia formal.