A Suprema Corte da Argentina determinou que a ex-presidente Cristina Kirchner será julgada por supostamente ter ajudado a encobrir iranianos envolvidos no ataque à AMIA, em 1994, que resultou na morte de 85 pessoas e deixou mais de 300 feridos. A acusação está relacionada a um memorando assinado com o Irã em 2013, que visava permitir o interrogatório de suspeitos fora do país. No entanto, a investigação aponta que a suposta colaboração de Kirchner pode ter envolvido negociações não oficiais para garantir a impunidade dos acusados.
O caso foi reaberto em 2023, após um longo processo iniciado em 2015 com a denúncia do promotor Alberto Nisman, que foi encontrado morto sob circunstâncias misteriosas antes de detalhar a acusação. A Suprema Corte também arquivou uma outra investigação, relacionada à venda de dólar futuro pelo Banco Central durante o governo de Kirchner, considerando-a um tema de política econômica, fora da esfera judicial. A decisão da Corte gerou repercussão tanto no país quanto no exterior.
Além do julgamento de Kirchner, a Justiça argentina também concluiu em 2023 que o Irã foi o responsável pelos atentados contra a AMIA e a embaixada de Israel em 1992. Este marco histórico foi comemorado pela comunidade judaica. Recentemente, o governo argentino também anunciou a identificação de um suposto líder do grupo Hezbollah na América Latina, ampliando o foco das investigações sobre a atuação de organizações extremistas na região.