A Suíça anunciou um investimento de 220 milhões de francos suíços (aproximadamente R$1,48 bilhão) para modernizar seus antigos abrigos nucleares, como parte de um esforço para garantir a proteção da população em um cenário de crescente incerteza global, especialmente após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022. A medida acompanha uma tendência observada em outros países europeus que, diante de tensões geopolíticas, têm reforçado suas infraestruturas de defesa civil. A Suíça, que tem uma tradição de neutralidade desde 1815, já possui uma rede de abrigos nucleares ampla, com um espaço garantido para cada um de seus 9 milhões de habitantes, incluindo estrangeiros e refugiados.
Apesar de não estar se preparando diretamente para um conflito, o governo suíço, por meio de suas autoridades locais de proteção civil, afirma que a modernização dos abrigos é uma questão de manter sua funcionalidade e garantir que continuem aptos a proteger a população em caso de necessidade. O processo envolve a revisão e atualização de infraestruturas antigas, muitas das quais exigem ajustes significativos. Em uma inspeção recente, um bunker foi considerado impróprio para uso devido a falhas como portas quebradas e sistemas de ventilação inadequados, com proprietários sendo notificados a realizar reparos ou pagar por vagas em abrigos públicos.
Desde o início do conflito na Ucrânia, o número de consultas da população suíça sobre a disponibilidade e o estado dos abrigos aumentou significativamente. Embora a maioria dos suíços possua abrigos privados, há também abrigos comunitários, que são mantidos em boas condições, com beliches, banheiros e até hospitais subterrâneos. A preparação e o planejamento a longo prazo são considerados pilares da política de defesa civil do país, com o objetivo de garantir uma resposta eficaz a qualquer crise, mantendo a tradição suíça de neutralidade e resiliência.