O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou recentemente o julgamento sobre a responsabilidade das redes sociais pelos conteúdos ilegais postados por usuários, em um caso que já entrou na sexta sessão consecutiva. O tribunal discute a constitucionalidade do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que trata das responsabilidades das plataformas em relação a publicações feitas por seus usuários. O julgamento, que ainda está em andamento, já registrou dois votos a favor da responsabilização das plataformas, com a participação dos ministros Dias Toffoli e Luiz Fux, que consideram que as redes sociais devem retirar conteúdos ilegais após notificação extrajudicial, como ataques à democracia ou incitação à violência.
A análise envolve dois processos distintos, com diferentes pontos em discussão. Em um deles, relatado por Toffoli, o STF avalia se é necessário um pedido judicial prévio para responsabilizar as plataformas por atos ilícitos, como no caso do Facebook, que busca reverter uma decisão que o condenou por permitir a criação de um perfil falso. No outro, relatado por Fux, o tribunal discute se empresas que hospedam sites devem monitorar e remover conteúdos ofensivos de forma independente, sem intervenção judicial. Este processo envolve o Google, que questiona a obrigação de fiscalizar proativamente o conteúdo em suas plataformas.
O julgamento tem implicações significativas para a regulação das redes sociais no Brasil, considerando o equilíbrio entre a liberdade de expressão e a necessidade de impedir abusos na internet. O STF deve definir, com base nos processos em questão, até que ponto as plataformas devem ser responsabilizadas por ações de seus usuários e como deve ser o papel da justiça nesse processo. O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, deve retomar o julgamento com seu voto, após um pedido de vista que interrompeu o andamento na semana passada.