O Supremo Tribunal Federal (STF) se encaminha para rejeitar o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que solicitava o afastamento do ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito sobre um suposto golpe de Estado. Quatro ministros da Corte, incluindo o presidente Luís Roberto Barroso, já votaram pela improcedência do pedido, seguindo a linha de argumentação de que as alegações de Bolsonaro não configuram imparcialidade de Moraes para conduzir o processo. A análise se encontra em fase de julgamento no plenário virtual, iniciado em 6 de dezembro.
A defesa do ex-presidente argumenta que, devido à sua condição de vítima de um suposto plano de execução, Moraes deveria ser impedido de relatar o inquérito. Contudo, Barroso refutou essa alegação, destacando que os crimes investigados afetam o Estado democrático de Direito de forma coletiva, e não a uma pessoa específica. O ministro também apontou que acatar esse tipo de argumento impediria que qualquer órgão do Judiciário investigasse crimes relacionados à violação do Estado democrático de Direito.
Além disso, a Corte já havia rejeitado pedidos semelhantes para afastar Moraes da condução de outros processos relacionados aos atos golpistas de 8 de janeiro. A tendência, conforme os votos emitidos até o momento, é que o STF mantenha sua posição contrária ao pedido de Bolsonaro, reforçando a imparcialidade dos ministros em investigações que envolvem ameaças à democracia e às instituições.