O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão preventiva de três acusados de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. A medida, assinada no dia 21 de dezembro e divulgada em 23 de dezembro, se refere aos indivíduos que, segundo investigações, seriam os mandantes do crime. Os acusados são o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), um deputado federal, e um ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Eles permanecem detidos em presídios federais desde março deste ano.
A investigação, conduzida pela Polícia Federal, aponta que o assassinato de Marielle Franco foi motivado por sua oposição aos interesses políticos e econômicos de certos grupos, incluindo o dos acusados, com ligação a milícias e questões fundiárias no Rio de Janeiro. A colaboração do ex-policial Ronnie Lessa, condenado por ser o executor dos disparos, contribuiu para o avanço da apuração, identificando os irmãos e o ex-chefe de polícia como os mandantes do crime. Embora os acusados tenham negado envolvimento, as investigações apontam suas participações no planejamento e execução do assassinato.
Em novembro de 2023, Ronnie Lessa e o ex-policial Élcio de Queiroz foram condenados pelo 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Lessa recebeu uma sentença de 78 anos e nove meses de prisão, enquanto Queiroz foi condenado a 59 anos e oito meses de reclusão. A decisão do STF sobre a prisão preventiva dos acusados é mais um capítulo no processo judicial que busca responsabilizar todos os envolvidos no caso, que segue sendo um dos mais emblemáticos do Brasil.