O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na última sexta-feira (6) o julgamento do recurso apresentado pela defesa de um ex-presidente, que busca afastar o ministro Alexandre de Moraes da relatoria do inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado. O julgamento é realizado de forma virtual e já conta com votos contrários ao pedido, com a votação sendo encerrada em 13 de dezembro. Até o momento, a maioria dos ministros se posicionou contra o pedido de afastamento, incluindo o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e outros ministros como Flávio Dino, Edson Fachin e Gilmar Mendes.
A defesa argumenta que Moraes seria uma vítima direta dos crimes em investigação e, por isso, não poderia conduzir o processo. No entanto, o relator, ministro Barroso, refutou esse entendimento, destacando que as acusações relacionadas à tentativa de golpe e à abolição violenta do Estado Democrático de Direito afetam toda a sociedade, e não indivíduos específicos. Por essa razão, Barroso considera que Moraes não está impedido de seguir como relator do caso.
Em fevereiro deste ano, o pedido da defesa para que Moraes fosse afastado do caso já havia sido negado por Barroso, levando os advogados a recorrer novamente ao plenário do STF. A solicitação surgiu em meio às investigações, que revelaram indícios de que o ex-presidente e outros aliados estariam envolvidos em um plano para atacar figuras do governo e das instituições. O caso segue em análise, com implicações importantes para o desenrolar das investigações.