Cinco anos após a chacina que vitimou quatro motoristas por aplicativo em Salvador, o único sobrevivente do crime segue lidando com os traumas emocionais e psicológicos provocados pela violência extrema que sofreu. O incidente ocorreu em dezembro de 2019, quando os motoristas foram atraídos por falsas chamadas e assassinados por traficantes no bairro Jardim Santo Inácio. O sobrevivente, que prefere não ser identificado, se esconde em um endereço sigiloso e enfrenta dificuldades em retomar sua rotina, apesar de estar em tratamento psiquiátrico contínuo. Em entrevista à TV Bahia, ele relatou que sua vida está marcada pela dor e que ainda luta para superar os danos psicológicos do evento.
Além do sofrimento emocional, o homem enfrenta uma série de desafios financeiros e jurídicos. O benefício por invalidez do qual ele era beneficiário foi suspenso pelo INSS, e uma disputa judicial com a plataforma de aplicativo, onde trabalhava, se estende. A empresa cobra uma indenização de R$ 100 mil devido ao descumprimento de um acordo de sigilo firmado após o crime, no qual o sobrevivente se comprometeu a não falar publicamente sobre o caso. A defesa do homem alega que ele estava mentalmente incapacitado para firmar tal contrato e que a plataforma tem responsabilidade por sua situação.
O crime, que teve repercussão nacional, também resultou na prisão de uma das envolvidas, que foi condenada a 63 anos de prisão. Outros três envolvidos, incluindo o mandante, foram mortos durante confrontos com a polícia ou por um tribunal do crime. As vítimas foram encontradas em um matagal no bairro Santo Inácio, e a investigação revelou a brutalidade do ataque, que gerou grande comoção na cidade. Enquanto o processo judicial avança, o sobrevivente segue tentando reconstruir sua vida em meio a um cenário de perdas e lutas diárias.