Moradores de Damasco celebraram a queda do regime de Bashar al-Assad, após forças rebeldes entrarem na cidade com pouca resistência das tropas governamentais. A vitória foi comemorada por milhares de pessoas que se reuniram na praça principal, com muitos expressando sentimentos de alívio e esperança após anos de repressão e medo. Alguns locais afirmaram que a deposição de Assad era uma resposta às orações dos oprimidos, enquanto outros destacaram a coragem das forças que conduziram a vitória.
A Síria viveu mais de uma década de guerra civil, iniciada em 2011 durante a Primavera Árabe, quando o regime de Assad reprimiu manifestações por democracia. Com o tempo, o conflito se intensificou, envolvendo forças internas, como o Exército Sírio Livre, além de grupos terroristas como o Estado Islâmico, e potências estrangeiras, como Rússia, Estados Unidos e Arábia Saudita, que tornaram a guerra um cenário de confrontos por procuração. A intervenção de potências internacionais, somada a um acordo de cessar-fogo em 2020, fez com que os combates diminuíssem, mas o custo humano foi imenso: mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados.
A queda de Assad põe fim a mais de 50 anos de governo autocrático de sua família na Síria, um país de cerca de 23 milhões de habitantes, devastado pela guerra. Embora o regime tenha perdido a capital, a situação no país permanece tensa, com as repercussões desse novo capítulo ainda a serem definidas. A incerteza sobre o futuro político e social da Síria persiste, enquanto a população tenta se recuperar das consequências de uma guerra que transformou a nação em um campo de batalhas internacionais e locais.