Após a queda do regime de Bashar al-Assad, a Síria enfrenta o desafio de estabilizar o país em meio a uma diversidade de grupos rebeldes que agora disputam o poder. A fragmentação interna entre mais de uma dezena de grupos, com controle territorial variado, complica os esforços para estabelecer uma liderança comum, segundo analistas. Essa complexidade reflete a necessidade de negociações intensas para alcançar coesão política e social.
Entre os principais polos de poder emergentes estão o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), com apoio da Turquia e atuação predominante no noroeste, e as Forças Democráticas Sírias (SDF), lideradas por curdos no norte. A rivalidade entre esses grupos promete moldar os rumos do país. Apesar das dificuldades, líderes rebeldes têm adotado um discurso de reconstrução e moderação, buscando distanciar-se tanto do legado autoritário do regime de Assad quanto de conexões com extremismos.
Ainda assim, há incertezas sobre a transição. O anúncio de medidas como a recusa de anistia a envolvidos em torturas durante o antigo regime evidencia tensões na busca por justiça, que precisam ser equilibradas com os esforços de pacificação e reconstrução. A exaustão da população após anos de conflito coloca pressão para que os novos líderes consigam conciliar interesses divergentes e estabelecer uma estrutura de poder funcional.