A Síria, atualmente considerada um narcoestado, enfrenta um grande desafio com a promessa de erradicar a produção e o comércio de captagon, uma droga sintética com características semelhantes à cocaína, que gerou bilhões de dólares em lucros ilícitos. A droga, amplamente consumida no Oriente Médio, tem sido uma fonte significativa de financiamento para diversos grupos, incluindo aqueles ligados ao regime deposto. O novo governo, que surgiu após a queda do antigo regime, busca combater a extensa rede de contrabando e destruição de laboratórios associados ao tráfico.
O captagon, derivado da anfetamina fenetilina, tornou-se a principal droga produzida na Síria, com um mercado robusto tanto local quanto internacional, especialmente nos países do Golfo. Embora originalmente desenvolvido para tratar distúrbios de atenção e sono, o captagon passou a ser consumido amplamente devido ao seu efeito estimulante, gerando uma sensação de euforia e resistência. Durante anos, a produção da droga foi facilitada pelo aparato político e de segurança do antigo regime, que utilizou a substância como um pilar para sustentar sua economia durante um período de isolamento internacional e guerra civil.
Apesar das promessas de erradicação, o novo governo de transição enfrenta um cenário complexo, com uma economia de narcotráfico que movimenta bilhões de dólares e uma rede de contrabando consolidada no país. O processo de destruição de laboratórios e apreensão de carregamentos de captagon é um passo inicial, mas a completa eliminação da droga depende de uma profunda reestruturação das forças de segurança e da cooperação internacional. A luta contra o narcotráfico será um dos maiores desafios para a estabilidade e reconstrução da Síria nos próximos anos.