As vendas de imóveis no Brasil aumentaram 19,7% entre janeiro e setembro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, com destaque para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que representou 58,7% dos lançamentos e 43,6% das vendas. Na cidade de São Paulo, os lançamentos subiram 44,4%, e as vendas, 36%. O Valor Geral de Vendas (VGV) teve alta de 21% tanto no país quanto na capital paulista, impulsionado pela expressiva participação do MCMV, que alcançou um aumento de 94,2% nos lançamentos e 64,2% nas vendas.
O setor de construção também gerou cerca de 230 mil empregos com carteira assinada até outubro, um crescimento de 7,6% no segmento de infraestrutura e 5,5% no de edificações. Entretanto, dificuldades com a contratação de mão de obra qualificada e o aumento nos custos de funcionários foram relatados por 60,4% das empresas. Para mitigar esses problemas, ações como capacitação interna e ajustes salariais têm sido implementadas. O Índice Nacional de Custos da Construção (INCC-M) subiu 5,80% até novembro, com destaque para os aumentos em São Paulo (6,48%) e no Rio de Janeiro (6,36%).
Para 2025, o SindusCon-SP projeta um crescimento de 3% no PIB da construção, menor que os 4,4% previstos para 2024, devido ao possível impacto de juros elevados. Enquanto os empreendimentos já contratados não devem ser afetados no curto prazo, a alta dos juros pode postergar novos investimentos, principalmente no terceiro trimestre. Essa dinâmica pode levar à desaceleração do setor, sobretudo em imóveis de média e alta renda, que são mais sensíveis às oscilações econômicas.