O senador Eduardo Girão (Novo-CE) se manifestou contra o Projeto de Lei 2.234/2022, que propõe a legalização de cassinos, bingos, jogo do bicho e apostas em corridas de cavalos. Em seu pronunciamento, ele criticou a falta de dados confiáveis sobre a geração de empregos e aumento de arrecadação, pontos apresentados como justificativas pelo setor a favor da proposta. Girão destacou que os Ministérios do Planejamento e da Fazenda já haviam se posicionado contrariamente ao projeto, mencionando a inexistência de projeções concretas para esses benefícios, além dos riscos associados à ludopatia e ao impacto nas famílias de baixa renda.
O senador também apontou que o projeto poderia facilitar atividades ilegais, como lavagem de dinheiro e crimes organizados. Citou ainda um relatório da Financial Action Task Force (FATF), que classifica os cassinos como de alto risco para lavagem de dinheiro, mesmo em países com regulação eficiente. Segundo Girão, no Brasil, a fiscalização seria ainda mais difícil devido à vasta extensão territorial e à limitação dos órgãos de controle. A legalização de jogos de azar, na visão do senador, poderia agravar problemas sociais como o tráfico de drogas e a prostituição infantojuvenil.
Por fim, Girão reforçou sua crítica ao projeto, lembrando o impacto negativo que a legalização das apostas esportivas online já causou no país e argumentando que a aprovação do PL sobre cassinos e bingos seria um retrocesso. Ele afirmou que essa proposta representa um risco significativo para a população, especialmente para as famílias em situação de vulnerabilidade, e destacou que, por três décadas, a ideia de legalização foi rejeitada pelo Congresso Nacional. Para o senador, a melhor forma de corrigir o erro da legalização das apostas esportivas seria barrar a aprovação deste novo projeto.