O senador Eduardo Girão (Novo-CE) fez duras críticas ao alto valor gasto com remuneração e benefícios de juízes e desembargadores no Brasil, mencionando uma reportagem que revelou o pagamento de R$ 12 bilhões em um ano, incluindo indenizações e gratificações. Girão destacou que o Judiciário não respeita o teto salarial de R$ 40 mil, um valor que, segundo ele, é elevado para um país onde a grande maioria da população ganha menos de R$ 3,5 mil mensais, conforme dados do IBGE. Ele também apontou o retorno do quinquênio, que garante aumento automático de 5% a cada cinco anos, como um dos fatores que contribuem para esses gastos excessivos.
O senador abordou ainda o tema das suspeitas de corrupção dentro do Judiciário, referindo-se a denúncias recentes sobre a venda de sentenças, envolvendo desembargadores de tribunais de Mato Grosso do Sul e da Bahia. Ele questionou a credibilidade da Justiça diante de tais alegações e criticou decisões que, segundo ele, favorecem a impunidade, como a revogação do uso de tornozeleiras eletrônicas para magistrados investigados por envolvimento em irregularidades.
Por fim, Girão expressou preocupação com o fato de que magistrados envolvidos em crimes graves possam ser condenados apenas à aposentadoria compulsória, mantendo benefícios e privilégios como o teto salarial. O senador considerou essa possibilidade uma “aberração” do sistema, algo que, em sua opinião, reflete falhas estruturais que precisam ser revistas para garantir mais justiça e responsabilidade no país.