O seminário nacional do PT, realizado em Brasília, foi marcado por debates sobre a relação do governo com o mercado financeiro e os desafios eleitorais futuros. A cúpula do partido criticou fortemente a postura do mercado, destacando a insatisfação com as políticas econômicas do governo Lula, especialmente os cortes orçamentários e a pressão pela manutenção da ortodoxia fiscal. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, apontaram a especulação financeira e a alta dos juros como um obstáculo ao desenvolvimento econômico do país. A tensão entre a política econômica e os interesses do mercado financeiro foi um dos temas centrais, com críticas ao comportamento da Faria Lima e à pesquisa que revelou a desaprovação do governo no setor financeiro.
Além disso, os discursos no seminário refletiram preocupações internas do partido com o desempenho nas eleições municipais e as perspectivas para 2026. Líderes petistas ressaltaram a importância de reconectar o partido com sua base histórica e os anseios do povo, após resultados abaixo do esperado nas últimas eleições. O presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamotto, e outros dirigentes pediram uma reaproximação com as lutas sociais históricas do PT, enquanto alguns líderes locais sugeriram que o partido precisa escutar mais o povo para obter um melhor desempenho nas próximas eleições gerais.
A estratégia do PT para as eleições de 2026 também foi discutida com foco na ampliação de alianças, incluindo o fortalecimento do diálogo com setores da direita moderada, a fim de garantir a reeleição de Lula e ampliar a bancada na Câmara e no Senado. As negociações para garantir o apoio de senadores, mesmo de partidos aliados, e a disputa pelo Senado com a crescente força da direita bolsonarista foram destacados como pontos-chave para os próximos anos. O presidente Lula, que participou do evento remotamente, lamentou não estar presente fisicamente, mas anunciou uma reunião ministerial para discutir as dificuldades do governo e fortalecer as estratégias para os desafios políticos vindouros.