O secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, usou suas redes sociais para criticar a substituição do nome de Iemanjá por Yeshua (Jesus) na letra da música “Caranguejo”, interpretada por uma artista local. O episódio ocorreu durante a estreia de um ensaio de verão em Salvador e gerou grande repercussão nas redes. Tourinho ressaltou a importância da palavra “Axé” na cultura afro-brasileira e destacou a conexão dessa expressão com as religiões de matriz africana. Em seu texto, ele também abordou a questão do protagonismo de artistas brancos no cenário da Axé Music, apontando a falta de reconhecimento do papel dos negros na origem e desenvolvimento do gênero.
O secretário argumentou que a retirada de nomes de orixás das músicas é uma forma de racismo, uma vez que, segundo ele, artistas que se beneficiam da cultura negra e do axé, mas omitem suas referências, estão distorcendo a história. Tourinho afirmou que, embora não tenha intenção de atacar ninguém pessoalmente, a discussão deveria se focar na valorização da cultura negra e na justiça histórica em relação à sua contribuição para a música popular brasileira. Ele também defendeu que as futuras homenagens ao axé devem reconhecer de forma equânime tanto os compositores negros quanto os artistas brancos.
Após a publicação, a postagem viralizou e gerou debates acalorados nas redes sociais. A cantora Ivete Sangalo apoiou publicamente a crítica de Tourinho, reforçando a importância do debate sobre a representação cultural. Em resposta ao crescente movimento online, o secretário fechou os comentários em sua publicação, explicando que sua intenção era abrir um diálogo sobre a questão e não fomentar discussões negativas. Até o momento, não houve posicionamento oficial da artista envolvida no caso.