São Paulo continua apresentando os melhores índices de homicídios dolosos do Brasil, com uma taxa de 5,11 casos por 100 mil habitantes entre janeiro e outubro de 2024. Embora o estado se mantenha na liderança do ranking de menor taxa de homicídios, com uma melhoria constante desde 2015, outros tipos de crimes apresentaram piora significativa. A letalidade policial, por exemplo, subiu para o 15º lugar no ranking nacional, com 676 mortes registradas no período, um aumento de 66% em relação ao ano anterior. Além disso, crimes como latrocínio, estupro, feminicídio e lesão corporal seguida de morte também mostraram crescimento, o que gerou preocupação entre as autoridades e especialistas em segurança pública.
Em relação à atuação policial, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo justifica que a taxa de mortes por intervenção policial no estado é inferior à média nacional, mas reconhece o aumento nos incidentes de violência policial. Nos últimos meses, casos de abuso de autoridade e mortes em abordagens policiais ganharam grande repercussão na mídia, o que gerou críticas à gestão e ao treinamento das forças de segurança. O governador do estado, por sua vez, tem defendido o uso de câmeras corporais para monitorar as ações dos policiais, uma medida que, segundo ele, contribui para maior transparência e proteção tanto para a sociedade quanto para os agentes.
Apesar dos desafios, São Paulo conseguiu reduzir outros índices criminais, como homicídios e furtos, com um esforço contínuo em reforçar o efetivo policial, investir em equipamentos e aprimorar o uso de tecnologia nas operações. O número de armas apreendidas no estado também cresceu consideravelmente, o que reflete um aumento nas ações de segurança pública. No entanto, o cenário de violência e a questão da letalidade policial continuam a ser um ponto delicado, com especialistas apontando a necessidade de um equilíbrio entre segurança e direitos humanos.