A cidade de Santarém, no Pará, tem enfrentado uma intensa crise de poluição do ar devido às queimadas na Amazônia. Nos últimos dias, o nível de concentração de poluentes alcançou 154 µg/m³, valor muito superior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em resposta à piora na qualidade do ar, o município decretou situação de emergência ambiental no final de novembro, devido ao aumento de doenças respiratórias, que resultaram em mais de 6.000 atendimentos nos serviços de saúde entre setembro e novembro de 2024. A população tem lidado com dificuldades respiratórias e a visibilidade na cidade foi prejudicada pela fumaça constante.
A crescente quantidade de queimadas no estado do Pará tem sido um reflexo da pior seca registrada em décadas. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Pará lidera os estados com maior concentração de focos de incêndio no Brasil, com 53.860 ocorrências em 2024, o maior número desde 2010. O Governo do Pará tem adotado medidas emergenciais para combater as queimadas, como o reforço das operações de combate, que envolvem bombeiros, viaturas e helicópteros, além de esforços de monitoramento em tempo real. Mesmo com esses esforços, os incêndios continuam a ser um desafio para a região.
A resposta federal também tem sido ampla, com o governo mobilizando milhares de profissionais e recursos significativos para combater as queimadas na Amazônia. Além disso, ações como o relançamento do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm) e investimentos em fiscalização ambiental resultaram em uma redução do desmatamento e das queimadas na região. Contudo, os impactos das mudanças climáticas, especialmente a seca extrema, ainda intensificam o problema, afetando tanto a saúde pública quanto o meio ambiente.