O Santander projeta um cenário desafiador para o Brasil até 2025, com expectativas de fraqueza nos preços dos ativos, intercalados por breves períodos de recuperação. A preocupação com a deterioração fiscal e o comportamento dos investidores, tanto locais quanto estrangeiros, tem levado a um aumento na postura conservadora, com reforço de posições em caixa e fluxo reduzido de investimentos. O banco ajustou sua previsão para o Ibovespa, estimando um aumento de cerca de 20%, alcançando 145 mil pontos até o final de 2025. No entanto, fatores como a desvalorização do real e a curva de juros elevada seguem como desafios para o mercado de ações.
As principais preocupações do Santander envolvem a elevada taxa de juros, que deve atingir 14,25% até março de 2025, e o impacto de decisões fiscais do governo, como a proposta de elevação do teto de isenção de Imposto de Renda. A medida, que prevê a criação de um novo imposto para rendas mais altas, adiciona complexidade ao cenário fiscal, já fragilizado pelas frustrações com pacotes anteriores de cortes de gastos. O banco também aponta que a taxa de crescimento dos lucros do Ibovespa deve ser modesta, com setores como educação, saúde e varejo sofrendo mais pressão devido à alta de custos e à instabilidade econômica.
Em termos de recomendações de ações, o Santander alterou sua carteira recomendada, trocando papéis de empresas como Vivara e Eletrobras por Raia Drogasil e Copel. O banco destaca empresas com bom potencial em um ambiente de juros altos, como Ambev, BRF e Direcional, que devem se beneficiar de condições de mercado favoráveis ou boa saúde financeira. Apesar das projeções de crescimento para o Ibovespa, os analistas ressaltam que a recuperação depende de ações fiscais mais decisivas e de sinais claros de compromisso com a responsabilidade fiscal por parte do governo.