Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou dados alarmantes sobre as condições de saneamento básico nas comunidades indígenas do Maranhão. Embora 98,5% da população indígena do estado resida na Amazônia Legal, o estudo mostrou que a maioria enfrenta dificuldades significativas relacionadas ao esgotamento sanitário. No Maranhão, 59% das residências não têm acesso à rede de esgoto ou fossa séptica, e esse percentual é ainda mais elevado entre as famílias indígenas, alcançando 90,3%. Em comparação com a média nacional de 24,3% de domicílios sem saneamento básico, a situação no estado é crítica.
A falta de infraestrutura de saneamento afeta especialmente as áreas rurais, onde 97% das comunidades indígenas não dispõem de sistemas adequados de esgotamento sanitário. Um exemplo disso é a comunidade Guajajara, localizada no Parque Amazonas, em Imperatriz, que não tem acesso a banheiros adequados. Os moradores precisam recorrer a soluções improvisadas, como barracas comunitárias para banhos e transporte manual de água de uma única torneira disponível. Essa realidade reflete uma dificuldade maior das comunidades indígenas em garantir condições mínimas de higiene e saúde.
De acordo com o Censo IBGE de 2022, o Maranhão possui 750 localidades indígenas, sendo o estado nordestino com a maior concentração dessa população. A pesquisa destaca que, para cada cem indígenas no Brasil, cerca de oito residem no Maranhão, que é o quarto estado com maior percentual dessa população. O cenário de precariedade no saneamento básico demonstra a necessidade urgente de políticas públicas que atendam de maneira mais eficaz as comunidades indígenas, garantindo acesso à saúde, dignidade e qualidade de vida.