A Defesa Civil de Salvador identificou 171 áreas de risco na cidade, sujeitas a deslizamentos de terra e alagamentos durante chuvas fortes. Os dados, coletados entre 2016 e 2024, foram divulgados após tragédias recentes em Saramandaia, onde deslizamentos de terra causaram duas mortes. Embora a prefeitura tenha focado em resolver problemas de alagamentos, o desastre em Saramandaia ocorreu em uma área onde o risco de deslizamento não era inicialmente prioritário no mapeamento, que leva em consideração zonas de maior vulnerabilidade. A Defesa Civil ainda realiza estudos e projetos para mitigar os efeitos dessas tragédias, incluindo a estabilização de encostas.
O mapeamento da cidade surgiu após tragédias anteriores, como o deslizamento de 2015, que deixou 16 mortos no Bom Juá e Barro Branco. Durante a última tragédia, três pessoas ficaram soterradas em Saramandaia, sendo duas mortas e outras resgatadas com vida, incluindo uma criança de 6 anos. O governo estadual e municipal estão colaborando em esforços para a contenção de encostas, e já realizaram 37 intervenções nesse tipo de obra nos últimos dois anos. No entanto, a vulnerabilidade social de algumas áreas continua sendo um desafio importante, conforme apontado por especialistas.
A prefeitura iniciou a demolição das casas atingidas no local e vai concluir a primeira etapa de drenagem da região em breve. No total, os trabalhos de contenção e estabilização da área de Saramandaia devem durar cerca de 70 dias. O caso reforça a necessidade de ações preventivas mais intensivas, como melhorias na infraestrutura e maior atenção às condições de vulnerabilidade social, para evitar novas tragédias em Salvador.