O governo brasileiro aprovou um novo critério para o reajuste do salário mínimo em 2025, que resultará em um aumento menor do que o inicialmente estimado. O valor passará de R$ 1.412 para R$ 1.518, o que representa um incremento de R$ 106 ou 7,5%. No entanto, a aplicação de um teto de 2,5% no crescimento do salário mínimo, estabelecido pelo pacote de corte de gastos, reduzirá o reajuste esperado de R$ 1.528, que seria baseado na inflação do INPC de 4,84% e no PIB de 3,2%.
Essa mudança, embora implique uma perda de R$ 10 por mês para os trabalhadores, também trará uma economia significativa para o governo, estimada em cerca de R$ 4 bilhões em 2025. Como o salário mínimo serve de referência para aposentadorias e benefícios previdenciários, a nova fórmula afetará diretamente 59,3 milhões de brasileiros que dependem desses valores. Além disso, a medida terá efeitos financeiros a longo prazo, com uma redução de R$ 110 bilhões nos pagamentos até 2030.
A diminuição do poder de compra da população, especialmente entre os aposentados e beneficiários de programas sociais, poderá impactar negativamente o consumo e o crescimento econômico. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a restrição ao aumento real do salário mínimo tende a reduzir a capacidade de consumo das famílias, um fator crucial para a movimentação da economia brasileira, com possíveis reflexos negativos nos próximos anos.