O salário mínimo para 2025 foi definido em R$ 1.518 pelo governo federal, representando um aumento de 7,5%, acima da inflação, e um ganho real de R$ 106 em relação ao valor de 2024. A política de valorização, retomada em 2023, garante um aumento que considera o INPC somado ao PIB de dois anos antes, com um teto de 2,5% de ganho real devido às limitações do arcabouço fiscal. Apesar do reajuste, a cifra está distante do valor considerado necessário pelo Dieese, que calcula que um trabalhador precisaria de R$ 6.959,31 para sustentar uma família.
O Dieese também analisa a relação entre o salário mínimo e o custo da cesta básica em 17 capitais do país. Nenhuma das capitais permitiria a compra de três cestas básicas com o valor previsto para 2025. Em São Paulo e outras quatro cidades, o mínimo seria suficiente apenas para adquirir uma cesta. Em doze capitais, o valor permitiria comprar duas cestas básicas, evidenciando a dificuldade de o salário mínimo cobrir despesas básicas para famílias brasileiras.
A disparidade entre o salário mínimo e o custo de vida reforça os desafios econômicos enfrentados pela população. Embora o reajuste acima da inflação seja uma medida positiva, ele não resolve a insuficiência do poder de compra frente à alta dos preços. Além disso, os limites impostos pela política fiscal atual restringem avanços mais expressivos, enquanto o preço de itens essenciais, como alimentação, continua a crescer em ritmo superior ao aumento salarial.