A Rússia começou uma retirada significativa de suas tropas e equipamentos militares da Síria, após a queda do regime do ex-presidente Bashar al-Assad, segundo informações de fontes dos Estados Unidos e de um oficial ocidental. A operação de retirada, que teria começado recentemente, ainda não está confirmada como permanente. Inteligência dos EUA e do Ocidente indica que Moscou está avaliando a disposição do grupo rebelde Hayat Tahrir al-Sham (HTS) para negociar, permitindo que a Rússia mantenha suas bases-chave no país, como as instalações aéreas de Khmeimim e portuárias em Tartus.
Fontes apontam que a Rússia começou a transferir seus ativos navais da Síria para a Líbia, enquanto pressionava aliados locais, como o comandante Khalifa Haftar, para garantir a presença russa em Benghazi. A perda do acesso a Tartus, considerada uma base estratégica no Mediterrâneo, afetaria a capacidade russa de projetar poder na região e dificultaria suas operações na África, especialmente no tráfego de materiais sensíveis. Registros de voo e imagens de satélite indicam movimentações de aeronaves e equipamentos militares russos em direção à Líbia, incluindo a base de al-Khadim.
A retirada das forças russas parece ter alterado o cenário para as operações dos EUA na Síria. O secretário de Imprensa do Pentágono, Patrick Ryder, afirmou que os EUA agora conseguem operar com maior liberdade no país, sem a ameaça imediata dos sistemas de defesa aérea russos. A mudança no espaço aéreo sírio também tem facilitado ataques americanos contra o Estado Islâmico. Enquanto isso, autoridades dos EUA enfatizam que a presença russa na Síria deve ser decidida pelo povo sírio, destacando os abusos cometidos pelo regime anterior com o apoio de Moscou.