O Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou neste domingo (8) que Bashar al-Assad deixou o cargo de presidente da Síria e deixou o país, dando instruções para que o poder fosse transferido de forma pacífica. A Rússia esclareceu que não esteve envolvida diretamente nas negociações que resultaram na decisão de Assad. Além disso, a Federação Russa destacou que mantém contato com diversos grupos da oposição síria, sugerindo que há esforços para facilitar a transição de poder.
O conflito na Síria, que teve início em 2011 durante a Primavera Árabe, desencadeou uma guerra civil de grande escala. A repressão do governo de Assad a protestos pró-democracia levou à formação de grupos rebeldes, com o Exército Sírio Livre enfrentando as tropas do regime. Ao longo dos anos, outros atores internacionais, como os Estados Unidos e a Rússia, se envolveram diretamente na guerra, apoiando lados distintos e transformando o conflito em uma guerra por procuração.
A guerra civil síria deixou um saldo devastador, com mais de 300 mil civis mortos e milhões de deslocados, de acordo com dados da ONU. Embora um cessar-fogo tenha sido acordado em 2020, o país continua a viver sob uma situação de instabilidade, com pequenas confrontos esporádicos entre rebeldes e o regime. A saída de Assad abre um novo capítulo para a Síria, mas as incertezas sobre quem assumirá o governo e como será o futuro político do país permanecem.