O estado do Rio de Janeiro registrou em 2023 a menor taxa de pobreza desde o início da série histórica do IBGE, em 2012. De acordo com os dados divulgados, a população abaixo da linha da pobreza caiu de 26,6% em 2022 para 21% no ano seguinte. Na Região Metropolitana do Rio, a redução foi ainda mais expressiva, passando de 25% para 19,7%. O Brasil também observou uma diminuição nos índices de pobreza, caindo de 31,6% para 27,4% no mesmo período. Esse movimento é um reflexo das melhorias econômicas, mas ainda há desafios significativos, como a alta taxa de desocupação no estado, que impacta o mercado de trabalho local.
Apesar dos avanços, o estado continua enfrentando altos índices de vulnerabilidade social. Em áreas como a Baixada Fluminense, muitos moradores vivem com recursos limitados e dependem de ajuda pública para garantir a sobrevivência. Casos como o de Lindaci e Jairo, que sobrevivem com o benefício de R$ 600, e de Júlia e Jaime, que enfrentam a suspensão do Bolsa Família, ilustram a realidade de muitas famílias em situação de extrema necessidade. A precariedade nos serviços públicos e a falta de apoio governamental são desafios adicionais que dificultam a saída da pobreza para essas famílias.
Outro dado alarmante é o elevado número de jovens de 15 a 29 anos que não estudam nem trabalham. Em 2023, cerca de 770 mil jovens no estado estavam fora do mercado de trabalho e sem acesso à educação formal. O analista do IBGE, André Simões, aponta que essa falta de inserção no mercado de trabalho está relacionada à dificuldade de transição da escola para a vida profissional, um fenômeno mais acentuado no Rio de Janeiro do que em outros estados da Região Sudeste. Esse cenário destaca a necessidade urgente de políticas públicas voltadas para a inclusão social e a qualificação profissional dessa população.