A prática de fazer resoluções de Ano Novo remonta a milênios, com raízes em festivais antigos como o babilônico Akitu, celebrado entre 3.000 e 4.000 anos atrás. Nesse festival, os babilônios formulavam promessas, como pagar dívidas ou devolver objetos emprestados, em um esforço para apaziguar deuses e garantir prosperidade. O conceito de resoluções também era observado pelos romanos, que, embora não usassem o termo formalmente, buscavam entrar no novo ano com uma mentalidade positiva e realizavam promessas relacionadas à boa conduta e prosperidade.
Ao longo dos séculos, a tradição de fazer resoluções foi evoluindo, com diferentes sociedades adaptando o conceito às suas necessidades culturais e religiosas. Na Irlanda, por exemplo, manter a casa limpa no início do ano era visto como um símbolo de sorte, enquanto na América Latina, a queima do “Año Viejo” marcava uma forma de renovação e despedida. Durante o período colonial na América, especialmente entre os puritanos, a prática se associou à reflexão e à busca por uma vida mais virtuosa, com figuras como John Wesley e Jonathan Edwards promovendo resoluções de caráter moral e espiritual.
No século 19, a prática de resolver mudanças no Ano Novo passou a ser mais amplamente discutida e, por vezes, satirizada na mídia. Textos humorísticos de jornais da época, como o de 1802 na Walker’s Hibernian Magazine, faziam referência ao fracasso das pessoas em manter suas resoluções, evidenciando uma crítica social ao comportamento humano. No entanto, a tradição persistiu e se consolidou no século 20, quando se expandiu para além de contextos religiosos e se tornou uma prática secular, refletindo o desejo universal de recomeçar e melhorar.