Após um ano em um abrigo no Panamá, a menina brasileira Liliane, com 2 anos e 2 meses, foi repatriada com o apoio do Ministério das Relações Exteriores. Ela será acolhida em uma unidade do Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (Saica) em São Paulo. Liliane e sua mãe, Sandra Mônica, atravessaram a perigosa selva de Darién, uma rota migratória que conecta o Panamá à Colômbia, em busca de uma vida melhor. No entanto, Sandra não sobreviveu à jornada, e a menina chegou ao Panamá acompanhada de outros imigrantes, que informaram sobre a morte da mãe.
O pai de Liliane, Balduíno Mendes Maka, está tentando viajar ao Brasil para reencontrar a filha, mas enfrenta dificuldades, incluindo a negação de um pedido de visto e a necessidade de comprovar a paternidade por meio de um exame de DNA. Embora seu nome não conste na certidão de nascimento de Liliane, ele manteve contato frequente com Sandra até dezembro de 2023, quando a comunicação foi interrompida. Balduíno enfrenta ainda o desafio de encontrar uma clínica em Luanda que aceite realizar o exame à distância.
A migração pela selva de Darién tem diminuído devido às políticas rigorosas do governo panamenho. Em 2023, cerca de 286 mil imigrantes passaram por essa rota arriscada, e, nos últimos seis anos, aproximadamente 17 mil crianças brasileiras fizeram a travessia em busca de melhores condições de vida, principalmente nos Estados Unidos. A repatriação de Liliane destaca as complexidades do processo migratório e a vulnerabilidade das crianças envolvidas.