O rei Charles III revogou recentemente os contratos reais de duas grandes empresas britânicas, a Cadbury e a Unilever, que possuíam o direito de exibir o brasão real em seus produtos. Esses contratos, que datam de séculos passados, são concedidos a empresas que fornecem bens e serviços para a Casa Real. A decisão de Charles, anunciada no final da semana passada, não incluiu justificativas formais, mas gerou especulações, especialmente após críticas dirigidas a essas empresas devido à sua continuidade de negócios na Rússia após a invasão da Ucrânia.
Embora a Unilever tenha afirmado que respeita a decisão, a Mondelez, dona da Cadbury, expressou desapontamento por não ter renovado o contrato, mas também manifestou orgulho por ter tido esse privilégio no passado. O sistema de contratos reais, que existe desde o século 15, é revisto a cada cinco anos, e a não renovação pode ocorrer caso a qualidade ou o fornecimento dos produtos não atendam aos critérios da Casa Real. No entanto, a decisão de Charles foi precedida por uma campanha de ativistas, que pediram a exclusão das empresas devido às suas operações na Rússia.
Entre as empresas que mantiveram seus contratos estão grandes nomes como Heinz, Nestlé e John Lewis. Além disso, a Rainha Camilla também nomeou novos detentores de contratos reais, como o cabeleireiro Jo Hansford e o designer de chapéus Philip Treacy. A revogação das credenciais reais dessas empresas marca um ponto de inflexão nas relações comerciais da monarquia britânica, em meio a pressões internacionais sobre a postura de empresas no cenário geopolítico.