A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está completando 25 anos e, para marcar a data, o governo federal está promovendo uma reformulação abrangente da agência e do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). O diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, afirmou que a reestruturação visa melhorar a resposta às ameaças transnacionais, como o crime organizado e o extremismo, e fortalecer as instituições civis de inteligência. Em um contexto de crescente insegurança cibernética e instabilidade global, o foco da Abin está em garantir maior eficiência operacional e transparência, alinhando suas práticas aos desafios modernos de segurança e governança.
A reforma do Sisbin envolve quatro principais eixos: fortalecimento da Abin, reposicionamento do Conselho de Inteligência (Consisbin), reorganização dos órgãos que integram o sistema e ampliação da participação de estados e entidades privadas. A adesão dos 26 estados e do Distrito Federal, assim como a criação de câmaras temáticas para integrar empresas e o Poder Judiciário, são algumas das medidas adotadas para fortalecer a rede de inteligência nacional. O objetivo é melhorar a coordenação e a resposta a questões como segurança pública, mudanças climáticas e proteção das instituições democráticas.
Apesar das mudanças, a Abin ainda enfrenta o legado de sua origem no período da ditadura militar, quando a instituição era associada a práticas autoritárias e de repressão. Com a redemocratização, o sistema de inteligência brasileiro passou por ajustes, mas problemas como o uso de ferramentas de vigilância de maneira inadequada e a presença de agentes vinculados ao antigo Serviço Nacional de Informações (SNI) dificultaram a transição plena para uma atuação democrática. A reforma atual visa garantir que o sistema de inteligência do Brasil seja mais transparente, eficiente e alinhado aos princípios do Estado Democrático de Direito.