A reforma do Imposto de Renda, que tem gerado instabilidade no mercado financeiro, ainda não foi enviada ao Congresso devido a inconsistências identificadas no modelo de cálculo do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que a Receita Federal está revisando os cálculos para corrigir esses erros antes de encaminhar a proposta ao Legislativo. Embora o envio da reforma ao Congresso não tenha um prazo definido, Haddad afirmou que a reforma será discutida ao longo de 2025, com o objetivo de corrigir distorções no sistema tributário sem causar perdas na arrecadação.
O governo tem reafirmado que a reforma terá um impacto neutro em termos de arrecadação, buscando apenas ajustar desigualdades e manter a arrecadação do IRPJ e do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF). Haddad também destacou que a proposta de reforma será orientada pela busca por maior justiça tributária, com a carga de impostos mais pesada sobre os mais ricos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido a neutralidade fiscal na reforma, e o governo firmou acordos com líderes partidários para evitar qualquer perda de receita.
A reforma será dividida em etapas, o que permite que diferentes propostas sejam tratadas de maneira independente, facilitando a aprovação no Congresso. Embora a reforma tributária do consumo tenha exigido uma PEC, as mudanças no Imposto de Renda podem ser feitas por projetos de lei ordinária, com maior flexibilidade. Além disso, a continuidade da reforma tributária e ajustes fiscais seguem como prioridades para a equipe econômica, que também planeja avançar em outras reformas estruturais, como a tributação sobre multinacionais, prevista para 2025.