Durante a corrida presidencial nos Estados Unidos, a autora começou a admirar a postura de Kamala Harris, especialmente sua habilidade em manter a compostura durante debates intensos. A figura de Harris, com sua postura firme e educada, despertou nela tanto identificação quanto esperança, pois a vice-presidente está apenas alguns anos à frente em sua trajetória de vida. Contudo, a autora se vê frequentemente em situações de extrema vulnerabilidade emocional e questiona sua própria capacidade de lidar com os desafios impostos por um ambiente de pressão e violência psicológica.
A autora reflete sobre sua criação em um ambiente rígido, marcado por regras claras e um estilo de comunicação direta, oriundo do seu pai, que foi militar. A experiência de infância a forçou a desenvolver uma capacidade de enfrentar seus medos e opiniões de forma assertiva, apesar de sua fragilidade e ansiedade. Hoje, aos 54 anos, ainda se vê como uma mulher em processo de autoconstrução, enfrentando um mundo desafiador para as mulheres, no qual, por vezes, sente-se pequena, mas com coragem para se posicionar.
Em um episódio recente, ela se distanciou da imagem de estabilidade e força que admirava em Kamala Harris, ao chorar e perder o controle emocional durante uma reunião de trabalho. Embora inicialmente tenha tentado justificar sua reação pelo estresse do final do ano, a autora reconhece que a causa real de sua resposta foi a violência velada das situações de trabalho, que muitas vezes leva a respostas inesperadas. Ela conclui que as mulheres podem se expressar emocionalmente sem serem rotuladas negativamente, e que, ao fazer isso, se tornam mais fortes e autênticas, mesmo que, no fim, se sinta distante do ideal de perfeição que havia idealizado.