Grupos rebeldes na Síria anunciaram neste domingo (8) que Bashar al-Assad, presidente do país há 24 anos, deixou a capital Damasco, sinalizando um possível fim do regime iniciado por seu pai, Hafez al-Assad, há cinco décadas. A ofensiva rebelde, que começou há apenas dez dias, tem causado uma rápida recuperação dos territórios controlados pelos opositores do governo. As forças lideradas pelo grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham conseguiram retomar cidades importantes, incluindo Aleppo e Homs, e avançaram até Damasco, onde o Exército sírio teria se rendido em várias localidades.
O conflito sírio, que começou em 2011 com a repressão a protestos durante a Primavera Árabe, teve diversos desdobramentos, incluindo a participação de grupos terroristas, curdos, e forças apoiadas por potências externas como os Estados Unidos, Rússia e Irã. Embora Assad tenha conseguido manter-se no poder durante anos com o apoio de aliados como Rússia e Irã, a situação começou a mudar à medida que esses mesmos aliados se veem envolvidos em outros conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e as tensões com Israel. Isso teria diminuído o suporte direto ao regime sírio.
A dinastia Assad, que governa o país há mais de 50 anos, vive agora um momento crítico. Com o enfraquecimento das forças leais ao regime, os rebeldes encontram uma oportunidade estratégica para tentar retomar o controle de áreas-chave. A ausência de apoio decisivo da Rússia e do Irã pode ter sido um fator determinante para o avanço dos opositores, que, com o apoio de movimentos extremistas, buscam reverter anos de dominação da família Assad.