No último sábado (7), facções rebeldes sírias anunciaram a conquista da cidade de Daraa, no sul do país, após um acordo com o exército sírio para garantir uma retirada ordenada. A informação foi confirmada por fontes próximas ao grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), uma facção com raízes na Al-Qaeda. Além disso, um oficial rebelde pediu a deserção de membros do alto escalão do governo e a retirada das forças do regime de Bashar al-Assad de áreas estratégicas, incluindo Homs e Damasco. A captura de Daraa, juntamente com a conquista de Homs na sexta-feira (6), fortalece a posição dos rebeldes e pode representar uma ameaça crescente ao controle de Assad sobre o país.
A tomada de Homs é especialmente significativa, pois impede a conexão terrestre de Damasco com a costa síria, onde estão localizadas importantes bases russas e de aliados do governo. Com a queda de cidades-chave como Aleppo, Hama e agora Homs, o regime de Assad enfrenta sérias dificuldades em manter o controle de grandes áreas do território. A situação se complica ainda mais com a perda de Deir el-Zor, uma importante cidade no leste do país, que foi capturada por combatentes curdos apoiados pelos EUA. Esses avanços representam um golpe significativo para Assad, que, até então, vinha mantendo um certo equilíbrio no conflito.
A guerra civil síria, que começou em 2011 com protestos contra o governo de Assad, evoluiu para um conflito de larga escala envolvendo múltiplos atores internacionais, como a Rússia, os EUA e potências regionais. Embora um acordo de cessar-fogo tenha sido alcançado em 2020, os confrontos continuam esporadicamente, deixando um saldo devastador de mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados. A recente ofensiva rebelde e as mudanças no controle de várias cidades indicam que o conflito ainda está longe de uma resolução definitiva.