As forças de oposição na Síria afirmaram ter assumido o controle total da cidade de Daraa, localizada no sudoeste do país, marcando um avanço significativo na tentativa de derrubar o regime do presidente Bashar al-Assad. Daraa, onde a revolta síria teve início em 2011, é estratégica para os rebeldes, que atuam em duas frentes principais: no norte e no sul, com o objetivo de se aproximar da capital Damasco. No entanto, o Ministério da Defesa sírio ainda não confirmou oficialmente a perda da cidade. Com a captura de Daraa e outras cidades, como Hama e Aleppo, os rebeldes estão avançando rapidamente, desencadeando uma nova fase de uma guerra civil que já dura mais de uma década.
O conflito, que começou como um movimento pró-democracia durante a Primavera Árabe, intensificou-se à medida que potências regionais e internacionais passaram a se envolver no apoio ao governo de Assad ou às forças de oposição, transformando a guerra em um conflito por procuração. Embora o avanço dos rebeldes tenha sido recebido com celebrações nas cidades libertadas, a situação continua crítica, com milhares de civis deslocados e o temor de retaliações em áreas com forte presença de alauítas, seguidores do regime. Rebeldes do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), responsáveis por parte das vitórias recentes, reiteraram seu compromisso com a queda do regime de Assad e indicaram que outras cidades, como Homs, estão entre seus próximos alvos.
A escalada do conflito gerou preocupações regionais, com países como Irã, Iraque e Síria alertando para os riscos de segurança em toda a região. Israel, por sua vez, intensificou a vigilância sobre o território sírio, enquanto os Estados Unidos recomendaram que seus cidadãos deixassem a Síria imediatamente. A situação no país permanece instável, com a possibilidade de novos enfrentamentos, especialmente no norte e no sul, e incertezas sobre o futuro político da Síria, em meio ao enfraquecimento do regime de Assad e o crescente poder das facções opositoras.