A guerra civil síria, que dura 13 anos, registrou uma escalada significativa com a recente ofensiva dos rebeldes, que conseguiram tomar Aleppo, uma das maiores cidades do país. A retomada de Aleppo, que foi um centro financeiro e cultural antes da guerra, foi marcada por combates intensos, com o apoio de ataques aéreos russos e reforços militares enviados pelo regime de Bashar al-Assad. Além de Aleppo, os rebeldes avançaram para outras cidades estratégicas, como Hama e Homs, enfrentando forças do exército sírio e de grupos aliados, como o Hezbollah.
O grupo rebelde predominante nesse ataque é o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que tem suas origens em facções jihadistas ligadas à Al-Qaeda. Apesar de ter rompido com a organização terrorista em 2016, o HTS ainda carrega um histórico controverso e é considerado uma ameaça pela comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a ONU. Nas últimas semanas, o grupo tem reforçado sua presença na região de Idlib e Hama, buscando expandir o controle territorial à medida que as forças do governo sírio enfrentam desafios em várias frentes.
A retomada de Aleppo é um marco importante, não apenas por sua relevância estratégica, mas também devido ao seu simbolismo. Durante a guerra, a cidade foi severamente destruída e seu controle alternou várias vezes entre as forças do governo e os rebeldes. O avanço rebelde ocorre em um contexto de tensões geopolíticas mais amplas, incluindo os ataques de Israel a alvos do Hezbollah e a atenção reduzida da Rússia à Síria devido à guerra na Ucrânia. A guerra continua a envolver uma complexa rede de atores internacionais, com interesses divergentes na região.