A ofensiva dos rebeldes extremistas na Síria tem se intensificado, colocando o regime de Bashar Al-Assad em uma situação cada vez mais vulnerável. Neste sábado (7), os militantes chegaram a Homs, a terceira maior cidade do país, e estão avançando rapidamente em direção à capital, Damasco. Em apenas dez dias de confrontos, os rebeldes tomaram grande parte do noroeste sírio, incluindo Aleppo e Hama, onde conquistaram importantes bases militares, como a de Hama, que abrigava caças do governo. O grupo Hayat Tahrir Al-Sham, ligado ao Al-Qaeda, tem mostrado força com o uso de drones e armas pesadas, e os enfrentamentos se aproximam cada vez mais do coração do regime.
Além dos avanços militares, a crescente pressão sobre o governo de Assad tem refletido em sinais de fragilidade, como a retirada de comandantes iranianos e o fechamento das fronteiras por países vizinhos, incluindo o Líbano. A situação de Damasco é crítica, com moradores, inclusive de áreas mais abastadas, começando a deixar a capital. O regime sírio, no entanto, insiste que mantém o controle e afirma que a segurança em torno de Damasco é intransponível, embora os confrontos indiquem o contrário. A comunidade internacional se divide, com a Rússia e o Irã continuando a apoiar Assad, enquanto a Turquia, com interesses próprios na região, se posiciona de forma crítica.
O futuro da Síria permanece incerto, com um apelo crescente por uma solução política. O enviado da ONU para o país, Geir Pedersen, e representantes de diversas nações, incluindo Rússia e Irã, expressaram a urgência de uma transição política para evitar mais derramamento de sangue e proteger os civis. A guerra civil, que já dura 13 anos, causou centenas de milhares de mortes e transformou o país em um dos maiores cenários de violência do século XXI. Apesar da postura firme dos aliados de Assad, o desfecho do conflito parece cada vez mais distante, com uma solução diplomática sendo vista como essencial para pôr fim à escalada de violência.