No último domingo (8), grupos rebeldes na Síria anunciaram que o presidente Bashar al-Assad deixou a capital Damasco, levantando especulações sobre a queda iminente de seu regime. A ofensiva, que começou há 10 dias, reacendeu o conflito que perdura há 13 anos e resultou na tomada das principais cidades do país pelos rebeldes. De acordo com a imprensa internacional, as forças do Exército sírio se renderam em diversas localidades, sem evidências de envolvimento direto de seus aliados tradicionais, como a Rússia e o Irã, que estão atualmente focados em outros conflitos.
A guerra civil síria, que começou em 2011 após a repressão aos protestos da Primavera Árabe, teve um novo pico com a ofensiva dos rebeldes, liderados pelo grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham. Esse movimento, ligado à Al Qaeda, rapidamente tomou cidades estratégicas como Aleppo e Homs, até chegar a Damasco. A luta pelo poder na Síria envolveu uma complexa aliança de forças, incluindo a Rússia, o Irã e o Hezbollah, que garantiram a permanência de Assad no poder por mais de duas décadas. No entanto, a situação mudou, com a perda de influência de seus aliados em razão de novos conflitos internacionais, como a invasão russa à Ucrânia e a crise no Oriente Médio envolvendo o Irã.
Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai Hafez al-Assad em 2000, viu sua dinastia governar a Síria por mais de 50 anos. Ele foi inicialmente um médico e, após a morte de seu irmão Basil, assumiu o poder. A família Assad tem se mantido no controle da Síria, apesar das sanções internacionais e da guerra civil devastadora. A recente ofensiva rebelde reflete uma mudança de cenário, com a diminuição do apoio de seus principais aliados, abrindo caminho para os rebeldes tentarem retomar o poder e desafiar a permanência do regime.