A reativação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), uma empresa pública voltada à produção de semicondutores, foi considerada um avanço estratégico para o Brasil, especialmente em um mercado altamente competitivo. Durante audiências públicas realizadas na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT), especialistas destacaram a dependência do país de componentes importados e a necessidade de fortalecer a produção nacional. A retomada da empresa é vista como uma forma de reduzir vulnerabilidades, principalmente em tempos de incertezas globais, como os impactos da pandemia e os problemas geopolíticos em regiões-chave para a produção desses insumos.
Os participantes das audiências apontaram a importância de atrair investimentos no setor, destacando que o Brasil deve criar um ambiente de segurança jurídica e incentivos à inovação para competir no mercado global de semicondutores. Em 2023, o governo decidiu reverter a liquidação do Ceitec, uma decisão que, segundo especialistas, pode contribuir para a soberania tecnológica do país. A expectativa é de que o Ceitec possa não apenas ampliar sua produção, mas também colaborar com o setor acadêmico e privado, diversificando as tecnologias fabricadas e ampliando a oferta de chips para diferentes mercados.
A recuperação do Ceitec também foi abordada como uma oportunidade para o Brasil se posicionar como um polo de manufatura para semicondutores, especialmente com o possível redirecionamento da produção global devido a tensões comerciais. A empresa, que possui patentes registradas no Brasil e no exterior, busca se tornar um agente estratégico no desenvolvimento de novas tecnologias, como chips para inteligência artificial e dispositivos para a economia verde, contribuindo para o avanço da indústria e a criação de empregos qualificados.