O câmbio brasileiro teve um ano de 2024 marcado pela volatilidade, com o real perdendo 21,82% de seu valor em relação ao dólar Ptax. Este resultado colocou a moeda brasileira como a mais desvalorizada entre 27 economias analisadas pela consultoria Elos Ayta, registrando a maior queda desde 2020 e a terceira maior desvalorização desde 2010. Fatores globais, como a expectativa de políticas protecionistas dos Estados Unidos sob o governo de Donald Trump, influenciaram o fortalecimento do dólar no cenário internacional, afetando as moedas emergentes, incluindo o real.
Além dos fatores externos, o Brasil enfrentou desafios domésticos, especialmente em razão de incertezas econômicas e o impacto de um pacote fiscal anunciado no final de 2024, que gerou preocupações entre investidores. A combinação desses elementos resultou em um aumento da pressão sobre a moeda brasileira, o que se refletiu na fuga de capitais e no agravamento da desvalorização do real. O analista Einar Riverno destaca que o desempenho do real reflete as dificuldades estruturais da economia brasileira, que precisam ser enfrentadas para garantir maior estabilidade.
O cenário de recuperação para o real em 2025 dependerá de uma série de fatores, como a implementação de reformas estruturais que atraiam investimentos, além de um ambiente externo mais favorável. O governo deverá, também, se comprometer com a disciplina fiscal e apresentar medidas eficazes para controlar a inflação e promover o crescimento sustentável. A estabilidade cambial dependerá da confiança do mercado em políticas que possam garantir previsibilidade e reduzir a pressão sobre a moeda brasileira.