Em 2024, o real foi a moeda que mais se desvalorizou em relação ao dólar entre as 20 mais negociadas no mundo, com uma perda acumulada de 21,52% até 17 de dezembro. Esse valor aproxima-se da desvalorização observada em 2020, no auge da pandemia, quando a moeda brasileira caiu 22,44%. Após o último pregão de quarta-feira, a desvalorização do real chegou a 24,30%. O aumento da moeda americana foi impulsionado por fatores como o receio fiscal interno e pela decisão do Federal Open Market Committee dos EUA, que cortou a taxa de juros, mas sinalizou uma redução no ritmo de novos cortes, mantendo a trajetória de valorização do dólar.
Além do real, outras moedas apresentaram quedas expressivas em comparação ao dólar, como o peso mexicano, a lira turca e o rublo russo, que perderam entre 15% e 16%. O euro também registrou desvalorização, com uma queda de 5%. Por outro lado, três moedas se destacaram com desempenho positivo ou estável: o dólar de Hong Kong, o rand sul-africano e a libra esterlina, que apresentaram valorizações ou mantiveram-se praticamente estáveis frente ao dólar. Em termos de queda, o real é a segunda moeda mais depreciada da América Latina, perdendo apenas para o peso argentino.
Embora o desempenho atual seja negativo, o real ainda está distante dos piores momentos de sua história. A maior desvalorização anual ocorreu em 2022, com uma perda de 34,33%, devido a incertezas políticas. O melhor momento do real ocorreu em 2009, quando a moeda brasileira se valorizou em 34,22%, impulsionada pela recuperação econômica global após a crise financeira de 2008 e pelo crescimento do Brasil. O real também experimentou valorização em outros momentos, como em 2016, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando o mercado acreditou que a troca de governo poderia facilitar ajustes econômicos.