O ano de 2024 foi marcado pela valorização do dólar frente a diversas moedas, com destaque para a desvalorização do real brasileiro, que acumulou uma queda de quase 21%. Entre as 20 moedas mais negociadas globalmente, apenas três escaparam de perdas em relação ao dólar. Essa tendência foi impulsionada pela alta dos juros nos Estados Unidos, que atraiu capital estrangeiro em busca de retornos seguros, resultando na saída de recursos de mercados emergentes, incluindo o Brasil. Além disso, a eleição presidencial americana e o fortalecimento da economia dos EUA contribuíram para manter o dólar valorizado ao longo do ano.
No Brasil, fatores internos agravaram o cenário. A inflação acima da meta, dúvidas sobre o equilíbrio fiscal e a aprovação de pacotes econômicos polêmicos aumentaram a desconfiança do mercado. A moeda brasileira apresentou desvalorização em quase todos os meses de 2024, especialmente após o anúncio de medidas fiscais em novembro. Embora o Banco Central tenha elevado a taxa Selic para conter a inflação, o movimento não foi suficiente para evitar a valorização do dólar. Isso reflete preocupações de que os juros altos não compensem a instabilidade fiscal e econômica, pressionando ainda mais o real.
Para 2025, a incerteza permanece. Enquanto o presidente eleito dos EUA sugere políticas que favoreçam a desvalorização do dólar, o mercado prevê que a economia americana se mantenha forte, mantendo o dólar valorizado. No Brasil, previsões indicam uma leve valorização do real nos próximos anos, mas ainda longe dos patamares anteriores. Analistas destacam que a combinação de incertezas internas e externas continuará desafiando a economia brasileira e influenciando o comportamento do câmbio.