O fim de ano costuma ser um período de valorização nas Bolsas de Valores, e nos últimos 20 anos o Ibovespa apresentou alta em 13 de dezembro. No entanto, em 2024, especialistas acreditam que o tradicional rali de fim de ano dificilmente ocorrerá. A falta de liquidez e o cenário de pessimismo, tanto no Brasil quanto no exterior, são apontados como principais obstáculos. A alta das taxas de juros no Brasil, a falta de avanços significativos no controle da dívida pública e o impacto do fortalecimento do dólar, com políticas de Donald Trump, afastam os investidores.
O ambiente interno do Brasil, com incertezas fiscais e a redução dos investimentos estrangeiros, contribui para a falta de confiança no mercado. Em novembro, os investidores internacionais retiraram recursos da B3, refletindo um saldo negativo de R$ 32,4 bilhões no ano. Além disso, o pacote fiscal anunciado pelo governo foi mal recebido por analistas, que acreditam que as medidas não serão suficientes para melhorar a situação fiscal do país, o que resultou em um clima de frustração no mercado de ações.
Para 2025, as perspectivas para a Bolsa permanecem desfavoráveis. A expectativa de aumento da Selic e a inflação projetada acima da meta, somadas ao baixo otimismo com a recuperação econômica interna, indicam um ano difícil para os investidores. Especialistas apontam que, sem mudanças substanciais na política fiscal e econômica, o mercado brasileiro deve seguir lateralizado, com um alto prêmio de risco e pouco apetite por ativos brasileiros, especialmente diante das incertezas globais.