A queda do regime de Bashar al-Assad, ocorrida no dia 8 de dezembro, gerou um clima misto de celebração e apreensão na Síria. Após 50 anos no poder, o regime foi derrubado por uma coalizão de grupos rebeldes, levando à fuga de Assad para a Rússia. Em Damasco, milhares de cidadãos celebraram o fim de um governo autoritário, mas ao mesmo tempo, houve preocupações sobre a estabilidade política futura e os impactos da mudança de liderança. Enquanto alguns sírios comemoravam nas ruas, outros, especialmente as minorias, manifestaram receios sobre o futuro do país.
A situação é particularmente delicada para as minorias religiosas, como os drusos e xiitas, que expressaram apreensão diante da possibilidade de um aumento da instabilidade e da violência sectária. A presença de grupos extremistas sunitas, como o Estado Islâmico, e a ascensão de novos líderes rebeldes geram incertezas quanto à proteção dos direitos dessas comunidades. Durante as manifestações, foi possível observar que muitos sírios se referiram à Resolução 2254 da ONU, que visa assegurar a proteção dos direitos de todos os cidadãos sírios e garantir que a nova política do país reflita as aspirações do povo.
No campo político, o grupo HTS, que liderou a coalizão rebelde que depôs Assad, iniciou esforços para organizar as instituições de um governo interino. No entanto, o cenário continua instável, com os impactos de mais de uma década de guerra, que resultaram em centenas de milhares de mortos e milhões de deslocados. Embora o conflito tenha diminuído após o acordo de cessar-fogo em 2020, a dúvida sobre o futuro político e social da Síria permanece, enquanto o país tenta reconstruir suas bases políticas e sociais após o colapso do regime de Assad.