A queda do regime de Bashar al-Assad na Síria, após cinco décadas no poder, representa uma virada significativa no cenário geopolítico do Oriente Médio. A tomada de Damasco por grupos rebeldes em 8 de dezembro encerrou um conflito de mais de uma década, iniciado durante a Primavera Árabe em 2011. Esse evento culmina em um marco histórico, com Assad fugindo para Moscou sob asilo russo. O conflito, que envolveu múltiplos atores regionais e potências globais, gerou devastação humanitária, com mais de 300 mil mortos e milhões de deslocados.
Os principais aliados de Assad, Rússia e Irã, foram apontados pela Casa Branca como incapazes de sustentar o regime em meio à crescente pressão internacional e interna. Segundo autoridades americanas, o enfraquecimento desses países no cenário global, evidenciado pela guerra na Ucrânia e fracassos estratégicos iranianos, foi determinante para a queda. A Rússia, que apoiava Assad desde o início do conflito, viu sua capacidade de ação limitada, enquanto o Irã enfrentou retrocessos regionais com a perda de influência de aliados como Hezbollah e Hamas.
Esse desfecho reflete não apenas a fragilidade dos aliados de Assad, mas também o impacto da intervenção internacional liderada pelos Estados Unidos e seus parceiros. A queda do regime é considerada um marco no equilíbrio de forças do Oriente Médio, enquanto analistas especulam sobre as implicações futuras para a região e o papel de potências externas. O conflito, que começou como um levante pró-democracia, se transforma em um alerta para os desafios contínuos de estabilização e reconstrução no país.