O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (6) que a Rússia poderá posicionar seu novo míssil hipersônico Oreshnik na Bielorrússia a partir do segundo semestre de 2025. A afirmação foi feita após um acordo de defesa mútua entre Putin e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, durante uma cúpula em Minsk. De acordo com Putin, a instalação do sistema de mísseis será viável à medida que a produção em massa do Oreshnik na Rússia aumentar e os mísseis forem integrados às forças estratégicas russas.
A Rússia já havia utilizado o Oreshnik em 21 de novembro de 2023, disparando-o contra a cidade ucraniana de Dnipro, em uma resposta ao uso de mísseis ATACM e Storm Shadow pela Ucrânia, com apoio de potências ocidentais. Putin afirmou que, se a Ucrânia continuar a atacar o território russo com esses mísseis, a Rússia poderá empregar novamente o Oreshnik, inclusive visando alvos estratégicos em Kiev. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também destacou que o uso do Oreshnik envia uma mensagem ao Ocidente, sinalizando que a Rússia deve ser considerada uma potência séria.
Essa movimentação faz parte de um cenário mais amplo de escalada nas tensões entre a Rússia e o Ocidente, com a Rússia buscando aumentar sua capacidade de dissuasão diante da assistência militar ocidental à Ucrânia. A instalação de sistemas de armas avançadas na Bielorrússia representa uma ampliação do envolvimento russo no território bielorrusso, que tem sido um aliado estratégico de Moscou, especialmente durante o atual conflito na Ucrânia.