Durante o seminário nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), que ocorreu de 5 a 7 de dezembro em Brasília, dirigentes e militantes discutiram o impacto das recentes eleições municipais e a crescente insatisfação do mercado financeiro com o governo Lula. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fizeram críticas à política econômica do governo, questionando a ortodoxia fiscal e o impacto nos mais vulneráveis, como aposentados. Hoffmann comparou a situação do Brasil com a Argentina sob o governo de Javier Milei, destacando o risco de sacrificar setores sociais em nome de medidas fiscais.
O seminário também refletiu sobre os desafios internos do PT, com ênfase na necessidade de reconectar-se com a base popular. Líderes do partido enfatizaram a importância de dialogar com a militância e retomar as bandeiras históricas para fortalecer o apoio nas próximas eleições. A pressão sobre o governo Lula também foi abordada, com críticas ao pacote de cortes de gastos proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que não foi bem recebido por operadores do mercado financeiro.
Em relação à estratégia para as eleições de 2026, a direção do PT refletiu sobre a dificuldade de contar apenas com o campo progressista e discutiu a importância de atrair aliados da direita moderada para garantir a reeleição de Lula. Líderes como José Guimarães e Rui Costa sugeriram que o partido ampliasse sua base, buscando apoio de senadores comprometidos com o projeto do governo. O Senado, em particular, se tornou um foco estratégico, dada a disputa acirrada com o bolsonarismo e o fortalecimento das bancadas de direita.