A Geórgia viveu a quarta noite consecutiva de intensos protestos após a decisão do governo de adiar negociações para ingressar na União Europeia (UE). A crise, que ocorre em um país estrategicamente localizado na fronteira com a Rússia, tem sido comparada aos eventos da Ucrânia em 2014, quando manifestações culminaram na deposição de um governo pró-Moscou. Especialistas destacam que a situação reflete uma disputa entre forças alinhadas ao Kremlin e à UE pelo controle geopolítico da região.
Com os protestos aumentando, os Estados Unidos criticaram o governo georgiano, suspendendo uma parceria estratégica e condenando o uso de força excessiva contra manifestantes que exigem maior integração com a Europa. A decisão do governo de suspender o processo de adesão à UE é vista como um movimento que pode aumentar a influência russa no país. A população, majoritariamente favorável à aproximação com o bloco europeu, expressa preocupação com o futuro político e econômico da Geórgia.
A crise se agravou após as eleições de outubro, marcadas por acusações de fraude que fortaleceram o partido governista com laços estreitos com a Rússia. O cenário na Geórgia ecoa a trajetória da Ucrânia, que enfrentou consequências graves após a rejeição de um acordo com a UE, incluindo a anexação da Crimeia pela Rússia e um conflito prolongado com regiões separatistas. A instabilidade georgiana reflete os desafios enfrentados por países do entorno russo, frequentemente palco de disputas de poder entre grandes potências globais.