Centenas de agricultores espanhóis se reuniram em frente ao Ministério da Agricultura em Madrid para protestar contra o recente acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, assinado em 6 de dezembro. Os manifestantes alegam que o acordo resultará na importação de commodities sul-americanas a preços baixos, prejudicando a agricultura local e não atendendo aos padrões ambientais e de segurança alimentar da UE. O protesto reflete um descontentamento generalizado dos produtores rurais europeus, que há anos se opõem ao tratado, temendo os impactos na sustentabilidade do setor.
Embora o acordo tenha sido assinado após 25 anos de negociações, ainda precisa passar por diversos trâmites legais e ser ratificado pelos países envolvidos antes de entrar em vigor. A Espanha e outros membros da União Europeia consideram a negociação essencial para diversificar as relações comerciais, especialmente após a crise provocada pelo fechamento do mercado russo e a dependência crescente da China. No entanto, há resistência, com destaque para a França, que ainda pode bloquear a ratificação do tratado.
O acordo de livre comércio entre os dois blocos envolve ajustes nas áreas de comércio e desenvolvimento sustentável, incluindo a criação de mecanismos de reequilíbrio de concessões e a revisão das condições comerciais. Os próximos passos envolvem a tradução do texto para as línguas oficiais da UE, a assinatura do tratado e a aprovação pelos processos internos de cada país. O resultado final desse processo pode definir o futuro do comércio entre a União Europeia e os países do Mercosul, afetando diretamente diversos setores econômicos.