A promotoria da Bolívia solicitou, em 16 de outubro, uma ordem de prisão contra um ex-presidente do país, sob acusação de envolvimento em tráfico de pessoas. A investigação gira em torno de um suposto caso ocorrido durante seu mandato (2006-2019), em que ele teria mantido uma relação com uma adolescente de 15 anos. A acusação é fundamentada na alegação de que os pais da menor a teriam entregue à guarda do ex-presidente com o intuito de obter benefícios políticos, configurando um crime de tráfico de pessoas. A promotoria detalhou que ele pode enfrentar uma pena de 10 a 15 anos de prisão.
Embora o ex-presidente tenha negado veementemente as acusações e sustentado que são infundadas, o Ministério Público reforçou sua posição ao emitir uma acusação formal contra ele e a mãe da suposta vítima. O processo remonta a 2015, quando o ex-presidente ainda ocupava o cargo, e a denúncia formal foi acompanhada por alegações de que os responsáveis pela criança teriam procurado ascensão política em troca de sua filha. A primeira ordem de prisão contra o ex-presidente foi emitida em setembro, mas foi anulada por uma decisão judicial subsequente.
A situação ocorre em meio a um contexto de forte polarização política na Bolívia, com protestos e bloqueios rodoviários organizados por apoiadores do ex-presidente, que criticam o que chamam de perseguição política por parte do governo atual. A polícia, por sua vez, informou dificuldades na execução da ordem de prisão devido a confrontos violentos com os manifestantes, o que resultou em riscos à segurança dos agentes envolvidos. A investigação continua em andamento, e o ex-presidente segue em sua base de apoio, enquanto a disputa política se intensifica com as aproximações das eleições de 2025.